“Qual o segredo para ser um bom líder?”
Esta é uma pergunta que ouço frequentemente quer nas empresas, quer em palestras que faço sobre o tema.
Desde há 6 anos, quando comecei a investir academicamente neste tópico, contactei com variados autores, inúmeras correntes de pensamento e centenas de líderes de múltiplas indústrias. Ainda não encontrei “O” segredo, encontrei sim uma multiplicidade de ações, pensamentos e valores pelos quais se regem algumas pessoas, tornando-se líderes excelentes.
A mais basilar das ações que o líder pode realizar tem tanto de simples como de poderosa. Não é “o segredo” mas a principal responsável pelos resultados – bons ou nefastos – na equipa: dar o exemplo.
Este não é um conceito novo, apesar de ser dos mais esquecidos no processo de liderança. E porque é tão importante?
O nosso cérebro está permanentemente a recolher informação sobre o ambiente que o rodeia e principalmente sobre as ações de quem nos rodeia. Ver alguém que verbalmente expressa uma opinião enquanto as suas ações demonstram algo contrário, faz disparar no nosso cérebro o “alarme” da incongruência. Isto quer dizer que, quando vemos esse tipo de dicotomia, há uma parte da nossa mente que nos avisa de que há algo errado.
“Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”, não funciona com crianças e muito menos com adultos.
Sempre que observamos o líder a ter determinado comportamento, este torna-se aceitável. E no caso de ser um comportamento muito desadequado, o líder arrisca-se a perder o respeito da equipa.
Então como dar ou ser o exemplo?
– A primeira forma de aprendizagem do ser humano é através da imitação, pelo que mostrar as ações e atitude que queremos da equipa é a melhor forma de motivar e inspirar.
– A frase “ver para crer” cai neste contexto como uma luva. Todo o ser humano ganha confiança e crença pessoal quando vê alguém a conseguir algo que ele próprio quer ou fazer algo que ele acha difícil. Exemplificar o tipo de comportamento que queremos que outras pessoas tenham é uma ótima alavanca inicial para um processo de mudança.
Mais do que tudo, ser e viver os valores e práticas que queremos que estejam presentes nas nossas equipas é a pedra basilar de uma liderança congruente e eficaz.